Dentre eles figuram os Chewa, Achipetas e Azimbas. A sua origem é a associada à formação do Estado Undi, por volta do Sec. XVII. O termo Nyau designa igualmente o dançarino, quando já equipado com vestes que inclui máscaras. O Nyau é uma dança que atrai molduras humanas pelo espetáculo de elevado valor artístico-cultural que proporciona. Por outro lado, o Nyau foi igualmente um símbolo de contestação das comunidades locais, primeiro contra invasão Nguni e, depois contra a presença colonial portuguesa. Uma característica do Nyau é de ser uma dança essencialmente masculina. Os passos de dança são marcados pelo ritmo acelerado e estonteante dos tambores, enquanto as mulheres, cuja participação é historicamente recente, envergam vestes cheias de enfeites (tiras de trapos, pedaços de sacos, fibras de árvores, penas de águias ou avestruzes, formando uma mistura de cores exuberantes. Outros exibem-se mascarados e com o corpo nu, pintados de cinza, argila vermelha ou branca (Mafuta). Nas pernas usam chocalhos, também de várias cores. Actualmente, o Nyau continua a ser praticado em múltiplas ocasiões, como depois da época agrícola, por ocasião dos ritos de iniciação femininos (Chinamwali), em funerais (Marilo ou Malilo), em ritos associados aos chefes locais (O Mbona), bem como celebração de casamentos e outras festividades. Em reconhecimento ao elevado valor histórico e socio-cultural do Nyau reflectido na existência de muitos estudos sobre esta manifestação cultural, produzidos não só em Moçambique mas também no Malawi e Zambia, a UNESCO proclamou, a 25 de Novembro de 2005, a dança Nyau (Gule Wankulo) como “Obra-Prima do Património Oral e Imaterial da Humanidade”.