Autor do primeiro Hino Nacional de Moçambique, Viva Viva a Frelimo – 1975, que vigorou durante 27 anos; participou, também, na elaboração do mais recente e actual, “Pátria Amada”, e na criação do hino da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC). Pertence à etnia chope, de Chidenguele, na província de Gaza, onde nasceu a 15 de Outubro de 1923. Seu nome de família é Sigaulane Chemane, tendo, porém, sido registrado como Justino Chemane, porque o governo colonial não aceitou o nome tradicional quando este iniciou os estudos na Escola da Missão Suíça de Maússe, em Manjacaze. O seu interesse pela música iniciou quando ainda frequentava o ensino primário na Missão foi nesse contexto em que se solidificou a sua verdadeira paixão pela arte, embora aqueles missionários ensinassem apenas notação Tónic Sol-Fa e não a partitura. Para desenvolver os seus conhecimentos na área musical, Chemane passava o tempo a aprender sozinho, até que atingiu a maturidade que o catapultou ao estrelato do canto coral moçambicano.
Em 1939 foi nessa época que iniciou a sua dedicação ao estudo da música popular moçambicana, depois de ter estudado sozinho alguns compositores clássicos, como Bethoven, Mozart e Stravinsky. Entre os compositores locais seus preferidos encontram-se Fany Mpfumo, Eusébio Johane Tamele (Zeburani) e Alexandre Jafete. Deixou um vasto repertório musical, composto por mais de 200 canções, gravadas e difundidas pela Rádio Moçambique (RM), estação radiofónica para a qual trabalhava, a maior parte das quais registadas em fita magnética e versando sobre temáticas relevantes nos domínios da educação cívica, política e histórico-cultural. Era, no final do antigo período colonial, considerado o único maestro-compositor de canções populares. Perdeu a vida a 19 de Janeiro de 2004, vítma de paragem cardíaca.
É o único músico moçambicano na Praça dos Heróis Moçambicanos.