Filho de enfermeiro, cedo se interessou pela música através dos serões à volta da fogueira, que o encantavam. Com seus amigos de infância, dos quais se destacam os hoje conceituados artistas Wazimbo e José Mucavel, começou a dar os primeiros passos com uma pequena gaita de beiços que um empregado de casa tinha e que cortou ao meio para lhe dar um dos lados. Depois foi uma viola de lata, motivado pelo seu amigo José Mucavel, que já tocava esse instrumento.
Depois de uma fase de aprendizado através da música de outros, foi criando o seu próprio estilo, compondo dezenas de canções e músicas que, inspiradas na música moçambicana, foram integrando elementos dos vários estilos internacionais. Pela sua contribuição ao enriquecimento harmónico da música nacional, Hortêncio ficou conhecido como o “Poeta dos Acordes”, nome dado ao documentário realizado pela ocasião do seu falecimento.
A sua obra está muito longe de se restringir à composição e interpretação musical. Hortêncio foi também Artista Plástico, Escritor, Poeta e Letrista. A sua formação escolar foi feita na escola Industrial, onde terminou, em 1971, o curso de pintura decorativa. Muito mais tarde, aos 55 anos, e já estabelecido como Artista de referência nacional e internacional, inscreveu-se no curso de Licenciatura em Música, que terminou com sucesso em 2009. Tornou-se então docente da Escola onde se licenciou, tendo sido um dos elementos determinantes na construção da escola. Foi um dos criadores da Associação dos Músicos de Moçambique e da Sociedade Moçambicana de Autores.
A sua contribuição, à cultura em geral, foi determinante no desenvolvimento da música moçambicana e a sua singular postura como ser humano e como patriota tornaram-no um ícone consensual em todos os sentidos. Foi por isso agraciado por vários prémios dos quais se destaca a Medalha de Mérito de Artes e Letras da República de Moçambique.
Hortêncio Langa é pai de Dário, Texito e Xixele, todos eles músicos de referência.